Mapa Astral Védico e o Amor

Mapa Astral Védico e o Amor. Como o Mapa Astrológico Pode Ajudar?

Uma pessoa pode ter muitas dificuldades nas relações de amor. Ela não consegue encontrar alguém ou, se encontrar, logo está brigando e rompendo o relacionamento. Procuramos, através da Astrologia Védica, a possível existência de   uma situação kármica que precisa ser entendida e resolvida, uma crença herdada, algum comportamento condicionado que foi aprendido e reforçado nesta vida, tornando-se um hábito. O Mapa Astral buscará o remédio para este hábito. Partindo do princípio de que o problema está consciente ( e este é o primeiro passo ), o remédio buscado é um antídoto kármico, emocional, mental ou comportamental. Vamos pensar num exemplo: a pessoa é uma mulher que não confia nos homens. Está sempre encontrando homens que não se envolvem, mentem, traem… ela pode ter tido uma experiência inicial muito ruim, pode ter testemunhado uma relação parental destrutiva, criado a crença ou mantido na memória o sentimento ou ideia que relacionamentos são perigosos. O antídoto é estar atenta para o reconhecimento do hábito e ser capaz de dirigir a atenção para a direção oposta. Pode ser o mergulhar na experiência de reconhecer os aspectos positivos da masculinidade. Aprender novos modelos, criando a possibilidade de relacionar-se com eles. A mente é a “dona” da memória, mas também o manancial de poder criativo e transformador.

Entendeu as causas da sua infelicidade? Essas memórias precisam ser abandonadas. Elas não podem continuar sendo focadas. O foco alimenta e reforça. O papel do astrólogo é usar o Mapa Astral como recurso para o entendimento das potencialidades e desafios do indivíduo, reforçando as potencialidades e oferecendo os antídotos para os desafios. Cada mapa mostra uma configuração simbólica completamente particular. As doze casas astrológicas, os nove planetas, os doze signos e os vinte e sete nakshatras, com todas as possíveis subdivisões são descritos nas mitologias e textos técnicos. Como os astros se movem constantemente em velocidades e direções diferentes, cada momento é um mapa novo, cada nascimento é um mapa único. As cosmologias e mitologias gerais se organizam de forma individualizada no Mapa Astral. O mapa individual fala de um mito pessoal, construído a partir de uma mitologia coletiva. Quanto maior o repertório mitológico, maiores as chances de se encontrar os devidos antídotos para os desafios individuais. O Universo é infinitamente generoso. Os mitos e estórias se espalharam pelas eras e civilizações. Quando olho para relações entre planetas, signos, casas… no mapa, enxergo referências técnicas e mitológicas plenas de significados. O astrólogo ( como numa volta aos primórdios ), é também um contador de estórias. 

Conhecer sua história, desenvolver seus potenciais e vencer seus desafios é estar em sintonia com o Universo e isto te fará feliz. Felicidade é o propósito de sua vida.


Quando você quer saber sobre a afinidade entre duas pessoas, você coloca dois mapas juntos? Sim, trato como dois elementos vibracionais, como dois instrumentos musicais… quando afinados, você produz um som em um e o outro reverbera em sintonia. Entre mapas, é sinal de uma boa união. Ainda hoje as famílias indianas recorrem aos Mapas Astrais para a confirmação, ou não, de um bom casamento. A sintonia nunca é completamente perfeita. O que se busca é uma conjunção de mapas onde exista um maior número de sintonias e um menor número de desafios. O astrólogo apontará como poderá ser criada uma relação de mútuo crescimento e cooperação, assim como apontará os desafios a serem vencidos dentro da relação.
Como o propósito da vida é a Felicidade, o Universo sempre nos oferecerá caminhos para esta realização.

 

Num exemplo mais específico, alguém que escutou que nunca seria feliz no amor? Imagino que você se refira a uma pessoa que tem um difícil posicionamento de Saturno na casa de casamento ( não iremos expor detalhes do mapa desta pessoa ), correto? Pense no sofrimento, no aprisionamento mental e emocional criado por esta afirmação…se ela já possuía dificuldades de relacionamento, esta leitura reforçou esta crença, ou karma. Todos os componentes de um Mapa Astral apresentam aspectos facilitadores e aspectos desafiadores. Luz e sombra. Nós é que interpretamos alguns como piores ou melhores que outros. Sim, karmas podem ser maiores ou menores, mas são transformáveis, pela consciência, pela aceitação, pelos pensamentos, sentimentos, ações e falas corretas, e pelo uso dos antídotos. Encarnamos em busca da Felicidade. Saturno nos assusta porque nos testa, nos remove o supérfluo, cobra o nosso melhor, o essencial. Devemos encarar saturno com coragem e pureza, como o fez o herói do clássico Ramayana, o Senhor Hanuman. Este pode ser o desafio da posição de Saturno citada acima. Coragem e pureza nas relações, serviço altruísta e confiança, sair do modo medo e desconfiança, não confundir o serviço amoroso com a escravização da servidão, mudar as crenças criando novos referenciais de relacionamento.

 Num casamento indiano tradicional, quando o marido e a esposa estão diante do sacerdote, eles são ritualisticamente ensinados a se tratarem como a forma e presença do Deus e da Deusa. Uma pessoa com Saturno na casa sete deveria seguir este ensinamento à “risca”. Entender o casamento pela sua mais elevada forma de expressão.

Todos nascemos com karmas? Quando não já iluminados, todos nascemos com tendências herdadas, karmas positivos e negativos. Ao encarnar, nossa consciência, que é energia sutil, assume um corpo físico. Portanto a totalidade de nossas energias ou karmas faz-se matéria, e vai se manifestando na relação com os pais, entorno social e seus mais diversos valores culturais. Encarnamos para o encontro de nossos desafios e o desenvolvimento de nossas habilidades. Não existem desafios sem antídotos, nem habilidades sem a superação e integração dos desafios.

Quando uma pessoa se reconhece heroica, corajosa? Quando ela foi capaz se sentir e superar o medo. Ela encontrou a coragem, mas sempre se lembrará do medo. Luz e sombra. O medo sempre fará parte da memória, mas não será mais capaz de dominar a consciência. Este aspecto da sombra foi integrado. Não existe corajoso que nunca tenha sentido medo. Quanto maior a superação do medo, maior o heroísmo.
Uma polaridade chama pela outra, em alternância, no desequilíbrio, ou na integração saudável, o “caminho do meio”, a metanóia junguiana.


Será que eu poderia dizer, seguindo aquele exemplo da pessoa que tinha o Saturno na casa sete, que relacionar-se ou não casar seria um grande medo? Se ela ultrapassasse esse medo seria a maior expressão do amor num relacionamento?
Acredito que sim, a conscientização, domínio e integração do medo nos torna heróis de nossas vidas. Muitas vezes um grande medroso se transforma num grande herói. Lembremos de Alcides, Héracles ou, mais popularmente, Hércules que, quando adolescente, era medroso, embora sempre muito forte. Este medo se mostra no episódio de vida, onde, vendido como escravo para a rainha Lídia, se escondia no harém das mulheres, vestido de mulher, incapaz de reagir. Enfrentando o medo e a culpa, tornou-se um grande herói, realizando os famosos doze trabalhos ( sua passagem de vida mais conhecida e popular ).

 

 A Astrologia reconhece, em primeiro lugar, que existe o propósito da vida. O propósito da vida é a Felicidade. As tradições antigas dizem que atingimos essa felicidade por meio de três princípios básicos funcionando de forma harmônica na nossa existência. Primeiro o Amor. O responsável por todo o processo de conexão, de atração, de coesão. É a parte da ordem universal que é magnética, que atrai e mantem as formas coesas, sejam densas ou sutis. O segundo princípio é o da Compaixão. Enquanto o amor cria coesão, a compaixão cria expansão. São forças aparentemente antagônicas, mas elas são complementares, elas trabalham juntas. A compaixão permite a expansão, como a que se dá através, por exemplo, do exercício do altruísmo. A junção destes dois fatores fundamentais irá permitir a existência do terceiro fator, que é a Gratidão. Na gratidão a gente exercita a reciprocidade. Um estado de trocas equilibradas, de profunda inter-relação, que pode até ser experimentado como um estado fusional, uma vivência de unidade, o encontro da felicidade última, que, em algumas tradições, é denominada Samadhi, ou estado de realização perfeita, de comunhão completa. Os Mestres indianos vão chamar de realização em Kama, Artha, Dharma e Moksha. Traduzindo: realização das necessidades, da prosperidade, da nobre ordem e do desapego. Os Mestres africanos vão chamar de Abà, Iwà e Asè, ou seja, propósito ou direção, caráter ou suporte e poder de realização dinâmica, existência. São os mesmos princípios em tradições diferentes. Vemos em Abá esse movimento de propósito e coesão. Em Iwá o caráter, a nobre lei intimamente ligada à prosperidade e ao altruísmo. E, entre outros significados, o poder de cooperação. Axé não é somente a realização material, é uma realização de trocas que se estabelece entre o indivíduo e o Universo e que gera exatamente esse estado de reciprocidade, plenitude na gratidão, Felicidade. Esta felicidade cria um estado natural de desapego, quando entendemos que temos mais a agradecer do que a pedir. Este seria o propósito da vida enquanto fenômeno, existência.

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